A privatização das distribuidoras da Eletrobras deixará uma conta elevada para o consumidor, na avaliação do presidente da Abrace, associação dos grandes consumidores industriais de energia, Edvaldo Santana.
Segundo ele, com tantos penduricalhos incluídos no setor, não há chances de a tarifa de energia ser reduzida, pelos menos nos próximos cinco anos.
“É possível privatizar as distribuidoras da Eletrobras e resolver o problema do GSF, mas estamos deixando uma conta muito grande para o consumidor”, disse o executivo ao Valor.
“A tarifa não tem a menor chance de redução nos próximos cinco anos”, completou ele, lembrando de outras contas do setor, como o empréstimo feito pela CCEE de socorro às distribuidoras e as indenizações às transmissoras. Ambas foram repassadas ao consumidor.
Segundo Santana, considerando todos os itens incluídos no Projeto de Lei nº 10.332, cujos destaques foram aprovados ontem (10) na Câmara dos Deputados, haverá um impacto ao consumidor de 5% a 6% no valor da conta de energia.
Uma das emendas aprovadas ontem, que repassa para todos os consumidores do país o custo do furto de energia no Acre e em Rondônia pelos próximos seis anos, terá impacto de R$ 800 milhões ao ano, ou 0,4% na tarifa.
Segundo Santana, a ideia agora é trabalhar junto ao Senado para tentar derrubar essa e outras emendas que encarecem a tarifa de energia. Se o Senado derrubar essas emendas, o texto volta para a Câmara.
Há também a possibilidade de veto do presidente, após a votação no Senado. “Mas não sabemos se o governo tem condições de bancar o veto”, disse o presidente da entidade.